Acabei de conhecer a minha mais nova amiga de infância, Flávia Guerra, uma pessoa de humor inteligente, que tem a mesma paixão que eu – ESCREVER. Que encontrou nas palavras o terapeuta, um jeito de dizer ao mundo o indizível, sim porque, existem coisas que a boca não diz nem por uma cocada, não combina, só um texto poderá falar, e diz muito bem obrigada.
Flávia, confesso que não tenho o hábito de consumir comida na rua, mas quando resolvo saborear essa gastronomia, observo bem o lugar e o manuseio antes de pedir, também não quero ficar com a nóia sabe? Confesso que tem um pouco de influência de outra amiga, engenheira dos alimentos, certo dia estava com fome e passamos por vários carrinhos de rua, juro, ela não me deixou comer nada. Desejo mesmo que a fiscalização continue, assim posso continuar desfrutando de verdadeiras iguarias produzidas pelo seu zé da esquina.
Lembrando que já ouvi barbaridades de restaurante chiquerrímos. Mas vou pensando que o que os olhos não vêem o coração não sente.
Um super beijo, e seu primeiro comercial está feito e publicado.
Como difícil escolher o que comer depois de trabalhar como inspetora!!!!
Por - Flávia Guerra
Passear pela praia num domingo de manhã faz com que observemos a diversidade de produtos alimentícios colocados ao deleite de nossos olhos, sem dúvida. Aí eu pergunto: seria isso o paraíso??? Para os apaixonados por comida, sem considerar os aspectos de higiene, com certeza, mas, para mim, um inferninho, uma verdadeira terra de ninguém!!!
Se essa oferta for observada com olhos de um consumidor qualquer tem uma conotação, mas a análise feita pelos meus e de tantos outros profissionais que trabalham com inspeção, uma outra bem mais trágica...
Sempre vejo perigo em quase tudo: na coxinha de aquário, na ostra crua, no caldinho, no camarão exposto ao sol, uma loucura tentar ver aquelas comidas sem pensar nos conhecimentos científicos que tenho sobre esses produtos...
Cheirar as comidas antes de comer, olhar e procurar alterações de cor, o aspecto geral é uma prática que faço sem sentir, faz parte de mim já, que além de ser nutricionista sou inspetora sanitária, aí danou-se!!!
Lembro de quando era adolescente como gostava de churros, até o dia que olhei a mão do ambulante e senti nojo e nunca mais quis comer. Só voltei a comer churros há poucos anos nessas lojinhas de shopping e ainda encontro umas não conformidades que às vezes fazem-me repensar se como ou não...
Ainda falando da praia, passei outro dia olhando o famoso raspa-raspa, só que pensando de onde vem aquele gelo, se tem qualidade, o que tem naqueles vidros tão coloridos, sem nome, data de fabricação, nem validade, como pude consumir isso???
Adorava caldo de cana, até observar com mais cautela a mão da pessoa que produz, que além de muito católica (esse termo é de minha vó), é a mesma que pega no dinheiro, que pega no lixo, que pega em tudo e no fim, no seu caldo!!!
Penso nos deliciosos galetos de fumaça, nos filés a parmegiana cheios de molho, nos caldinhos, nas preparações cheias de óleo com gosto de velho e quase noio mas, depende do dia, senão não como mais na rua!!!
É possível, que daqui há alguns anos eu mude de área, e não trabalhe mais como inspetora porém, dificilmente vou esquecer todas as irregularidades que encontrei e comer fora sem medo de ser feliz e não ter perigo de passar dias e/ou noites de rainha num trono!!!
Enfim, não achem que com esse relato eu sou uma neurótica que não come nada e vive estressada, isso não é verdade!! Como sim em restaurantes, tomo caldinho na praia, adoro algodão doce (que o homem sopra antes de colocar o algodão dentro!) mas, que depois rezo bastante, isso rezo, pois não custa nada pedir ajuda!!!