23 de setembro de 2007

MORanGOs partIDOS


Quantas frutas não desejariam ser um morango, uma aparência suculenta, um sabor intrigante entre o doce e o azedo.
De beleza tão saborosa, mas filho da rama rasteira. Belos e Simples
Outro dia eu estava com um morango, quer dizer: ele estava mais para jabuticaba quando, surpreendentemente, pulam da fruteira uma jaca, uma macaíba, um melão e um mamão.
Todas elas possuídas pela inveja, um desejo pelos atributos, posses, status e habilidades daquele morango que hora era torta, noutra suco, decoração e até coadjuvante da hora H… Era notória a comparação desfavorável do status que se enquadravam. Pior, todas estavam “verdes de inveja”.
Quem numa sentiu, nem que seja um pouquinho desse pecado, que escorregue na casca de banana. Embora o invejado, no fundo, se incomode, acaba se alimentando do desejo do outro que quer ser igual a ele.
“Eu sou o melhor”, grita egocentricamente, enquanto os outros esquecem sua própria identidade, seus sonhos e planos.
Se o morango aparece, Eita! É Jabuticaba, com um carro top de linha. Aí pronto! Até as verduras pulam da sacola. E vale salientar que o morango agiu em surdina, claro! Você acha que ele contaria antes de fazê-lo? Como?! Se ele queria ser o único?
Muitas vezes somos nós quem não sabemos Ter nem Ser morangos e acabamos atraindo o visgo da jaca, a baba da macaíba, a falta de sabor do melão e findamos rodeados de mamões.
A natureza é sábia. E nesse festival de sabores, cada um de nós tem uma casca, um perfume, e um sabor inigualável pronto para despertar o paladar de alguém.

Só(L)Essa

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