13 de janeiro de 2008

Um gostinho de Fruta Pão


São 7:30h da manhã, estou a caminho de Moreno, cidade natal da minha mãe. O dia amanheceu chuvoso, eu gostei, é delicioso viajar com esse clima de “outuno/inverno”. A cidade tem um jeito despreocupado de andar, apesar de ser próxima da capital – Recife, eles, os moradores, ainda ficam olhando quem vai e vem como se quisessem adivinhar o destino de cada um.

Sinceramente, gosto desse interesse sem verniz. Você sabe a origem da palavra sincera? Séculos atrás os artesãos fabricavam, no Egito, vasos de cerâmica. Quando a qualidade do produto era total, eles os vendiam sem qualquer polimento, a cera era dispensada. Os compradores, então, exigiam: queremos vasos sem cera (sincera).

Chegamos então à casa da minha tia, Maria. A recepção é uma mistura de alegria e nervosismo, um cachorro late insistentemente, era o “pipoca”, no quintal, galinhas de capoeira, uma ferradura atrás da porta, cacimba, panelas de alumínio brilhando de tão limpas; Na torneira da pia: um pano amarrado, dizem que é para evitar o salpico d’água, eu acredito; estofados cobertos, uma planta artificial na sala, bisquis de ganso, cavalo, veados, jarros, jarros, jarros... Nas paredes, quadros, de flores, claro! Tudo arrumado e bem cuidado.

Na tranqüilidade da cidade, velocidade no almoço. São 10h e já está servido, para quem tomou café às 5h, nada mais justo.

Um lugar que seqüestra a voz e me faz descansar. O verde que cerca a casa trás o alimento, são: pé de manga, fruta pão, bananeira, jaca, horta e ainda: Comigo ninguém pode (a cultura popular diz que essa planta evita mau olhado, na dúvida!?) Aqui, não é difícil sentir saudade de um futuro tranqüilo.

A vida é curta. Curta!

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