No mesmo dia:
Av. Cruz Cabugá, bairro de Santo Amaro - Recife, um menino com uma testa franzida, rosto cansado, olhar assustado, dentes cariados... Aponta uma garrafa pet cheia de água duvidosa em minha direção, molha o vidro do meu carro e a queima roupa fala: "E aê tia, me dê uma moedinha, tô com fome."
Que susto! Quem pega a bolsa pra tirar algum dinheiro?
Av. Conselheiro Aguiar, bairro de Boa Viagem - Recife, um menino com uma testa franzida, rosto cansado, olhar esperançoso, sorriso sem mostrar os dentes, diz: "Boa tarde m'adame, posso limpar o vidro?" - mostra o rodo e uma garrafa pet com uma água aparentemente limpa.
Não, obrigada.
Esperteza, sobrevivência, vício, treinamento...
Eles estão lá, eu os encontro todos os dias, eles estão crescendo... Os encontrarei pelo futuro, e a conversa pode ser: "vai passando vó." Se fizermos uma inspeção fotográfica pelas ruas, ficaremos chocados com tantos absurdos, não lembro de ter ouvido nada a respeito neste ano de safadeza eleitoral.
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