:: Rosana Braga ::
Já deve ter acontecido de você não acreditar em algo e encontrar alguém que, ao contrário, acredita. Pode se tratar de um tema muito simples ou de questões mais complexas. Quando falamos de algo concreto, é mais raro de acontecer, mas não impossível. Mas quando falamos de algo subjetivo como os sentimentos, por exemplo, esse fato é muito mais comum do que imaginamos. E o amor é um exemplo clássico!
Costumo receber muitas mensagens e também ouvir de muitos amigos e conhecidos sobre o quanto não acreditam no amor. Ou melhor, do quanto não acreditam que existam pessoas interessantes disponíveis e dispostas a viver uma relação que valha a pena.
Claro que, muitas vezes, a repetição dessa falta de crença na felicidade a dois não passa de uma grande defesa, uma tentativa de amenizar a frustração que sentem por ainda não terem experimentado essa sensação ou por terem sofrido nalguma tentativa anterior. Tornam-se reféns de seu próprio medo.
O argumento deles é bastante semelhante. A maioria alega que basta olhar ao redor e tentar identificar o número de casais infelizes, insatisfeitos e em crise. Sim, isso existe mesmo. No entanto, o contrário também poderia servir-lhes de reforço para a construção de uma nova crença.
Ou seja, bastaria observar com um pouco mais de credibilidade para identificar também casais felizes, realizados e cuja relação já atingiu profundidade e intensidade suficientes para provar que vale a pena arriscar! Vale a pena oferecer ao outro o seu melhor!
No entanto, a grande questão é: se tantas pessoas duvidam da disponibilidade das demais, se tantos homens colocam em dúvida o quanto as mulheres podem ser companheiras e amigas, e se tantas mulheres colocam em dúvida o quanto os homens podem ser sinceros e entregues, então, podemos concluir que essas pessoas estão duvidando umas das outras o tempo todo.
Resultado? Ninguém enxerga ninguém. Embora seus olhos sejam perfeitos, sofrem de uma deficiência do coração. Não acreditam e, portanto, simplesmente não vêem. Afinal de contas, vivemos para provar nossas crenças. Todos nós passamos a vida toda tentando provar que aquilo que consideramos correto realmente está correto. E vice-versa.
E se alimentamos a crença de que não existem homens e mulheres que valham a pena e estejam disponíveis para um compromisso, então nos empenharemos todos os dias – mesmo que inconscientemente – para provar que estamos certos!
E o que decorre desse cenário é que homens e mulheres que são gente muito boa, que gostariam muito de viver uma relação de verdade, simplesmente não se validam, não se reconhecem. Dispostos a repetirem suas crenças, dão um jeito de enxergar no outro algo que comprove que realmente não valem o investimento. E assim, desistem antes mesmo de tentar. Ou, pior, vivem relações cheias de neuroses, medos e inseguranças, como se fossem se dar mal a qualquer momento. E quer saber? Vão mesmo! Claro... se é nisso que apostam, mais cedo ou mais tarde, é o que conseguirão!
Portanto, pare de apostar no que você não quer e comece a apostar no que quer. Quer encontrar uma pessoa sincera, romântica, inteligente, carinhosa, leal, entre outros adjetivos? Pois muito bem: o primeiro passo é começar a acreditar que essa pessoa existe e terminará esbarrando com ela quando menos esperar! Enfim, comece a acreditar intensa e contundentemente no quanto existem pessoas interessantes e disponíveis e, finalmente, estará abrindo espaço para que uma delas chegue para ficar...
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