7 de fevereiro de 2010

INTENSO



Quando eu canto, que se cuide quem não for meu irmão
O meu canto, punhalada, não conhece o perdão
Quando eu rio

Quando eu rio, rio seco como é seco o sertão
Meu sorriso é uma fenda escavada no chão
Quando eu choro
 
Quando eu choro é uma enchente surpreendendo o verão
É o inverno, de repente, inundando o sertão
Quando eu amo
 
Quando eu amo, eu devoro todo meu coração
Eu odeio, eu adoro, numa mesma oração.
 
Baioque - Chico Buarque

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