Como vocês podem perceber, essa sou EU. Ainda carrego muita coisa da minha infância:
A mente cheia de imaginação, o medo de água, a ousadia de achar que se pode tudo, a sinceridade, o gênio forte, a língua respondona, os olhos, o corpo magro, a determinação e o gosto por mingau.
Tive a melhor infância que uma criança poderia ter. Tive bonecas de pano, medo do minotauro, sítio do pica pau amarelo, brinquei de cabana, de casinha, peguei tanajura, macaíba e carambola.
Atrás da casa da minha avó tinha uma mata, lá, tive balanço no pé de jaca, outro no pé de coração de nego, corri muito dentro da mata fechada, tive medo de comadre florzinha, tomei banho de bica, de caçimba, rolei pelo chão, adorava ficar em cima das árvores, sempre gostei de cavernas, túnel, buracos, vivia inventando coisas, brincadeiras... Ah! também levei algumas surras de cinturão. Li muito gibi, muito, muito; meu pai fazia folhas e folhas de tabuada, continhas... Fiz catescismo, primeira comunhão, fui coroinha... Com todas as artes, nunca repeti de ano, sempre fui a aluna da primeira fila, a chata mesmo. A primeira vez que sentei na última fila, estava na faculdade. Tive a felicidade de ter sido criança numa época romântica, sempre tive minha mãe em casa, era pra ela que eu corria quando algo dava errado. Ouvi lindas músicas, do meu pai herdei o som de Noite Ilustrada, Núbia Lafaete, Agepê; da minha mãe: Roberto Carlos, Fernando Mendes, Giliarde, Agnaldo Timoteo. As músicas infantis vinham em Lp's coloridos, o meu era amarelo. Os patinhos catavam músicas de Rita Lee, Ney Matogrosso e Gretchem.
Quero mesmo desejar que em cada um de nós adultos, reine uma linda criança. Assim o mundo terá um sabor mas doce, mais sorrisos e esperança.
A vida é curta. Curta!
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