24 de fevereiro de 2009

Penne Fogoso

Enquanto arrumava meu cabelo pelas mãos de Fátima, minha poderosa cabeleireira, folheava uma "Claudia" de março de 2007.

Que dizia: Compreensão e solidariedade são ótimos para o amor e desastrosos para o desejo...

ALGUNS de nós entram numa ligação íntima profundamente conscientes de:

Nossa necessidade de união,

De estar junto,

De não estar só,

De não ser abandonado.

Outros chegam à relação com uma grande necessidade de espaço pessoal - nossa noção de defesa nos leva a tomar cuidado para não nos deixar engolir.

A ligação erótica e emocional cria uma proximidade que pode ser pertubadora, quase claustrofóbica.

Pode dar a sensação de invasão. O cercado, que antes dava segurança,agota asfixia. Embora seja quase tão fundamental quanto ade alimento, nossa necessidade de intimidade acarreta ansiedades e ameaças que podem inibir o desejo. Queremos intimidade, mas não a ponto de nos sentirmos presos. (...)

O AMOR gosta de saber tudo sobre você; o desejo precisa de mistério. O amor gosta de encurtar a distância que existe entre você e eu, enquanto o desejo é energizado por ela.

Se a intimidade cresce com a familiaridade, o erotismo se embota com a repetição. O erotismo gosta de surpresa. O amor tem a ver com ter; desejo, com querer. O desejo exige uma inatingibilidade constante. Muitas vezes, quando se acomodam nos confortos do amor, os casais deixam de abanar a chama do desejo. Esquecem-se de que o fogo precisa de oxigênio.

Sexo no cativeiro - Esther Perel


Nenhum comentário: